Publicado originalmente no site G1 - Ciência e Saúde, em
23/01/2017.
O estranho objeto encontrado pela Nasa em Marte.
Cientistas acreditam se tratar de meteorito composto por
ferro e níquel; corpos celestes metálicos são raramente encontrados na Terra.
Por BBC
Um robô da Nasa, a agência espacial americana, descobriu o
que pode ser um meteorito metálico na superfície de Marte.
Se confirmado, seria o terceiro objeto deste tipo encontrado
pelo jeep-robô Curiosity desde agosto de 2012, quando pousou na superfície do
planeta.
Uma imagem do objeto, feita no último dia 12 e
disponibilizada no site da Nasa, revela que ele já foi "escaneado"
pelo raio laser que o veículo usa para vaporizar parte da superfície de
amostras, enquanto um espectômetro detecta sua composição através da análise da
nuvem de plasma provocada pelo raio.
As imagens sugerem que o suposto meteorito poder ser feito
de uma combinação entre ferro e níquel, e se isso for confirmado pela análise
dos dados coletados pelo Curiosity, se saberá que ele foi formado a partir do
núcleo de um asteroide. As imagens também revelam que o objeto tem sulcos
compatíveis com o atrito de entrada na atmosfera de um planeta.
"O objeto foi batizado de Ames Knob e lembra outro
meteorito examinado pelo Curiosity em novembro, e cuja análise revelou uma
composição de ferro e níquel", disse Guy Webster, um porta-voz da Nasa, ao
site americano IFL Science.
Veículos-robô em Marte já encontraram sete meteoritos
metálicos no planeta (pelo menos sete foram localizados por outros veículos
americanos, o Opportunity e o Spirit), mas o interessante nisso tudo é essa
particularidade de seu perfil. Na Terra, 95% dos meteoritos encontrados são
rochosos.
Por que isso ocorreu? Pode ser fruto da diferença de
ambientes entre os dois planetas no que diz respeito à erosão. Ou pelo fato de
o terreno escarpado de Marte tornar mais difícil a localização de rochas
específicas.
A ausência de oxigênio e água na atmosfera de Marte impede a
oxidação de objetos metálicos, que são erodidos pelo vento e mudanças de
temperatura.
Observações iniciais das imagens sugerem, de acordo com a
revista "New Scientist", que o meteorito pode ter caído há
relativamente pouco tempo, pois sua superfície parece suave e brilhante – ele
ainda não teria sido erodido. Só que também pode se tratar de um meteorito
antigo que foi polido pelas violentas tempestades de areia que atingem o
planeta.
O Curiosity percorreu mais de 15 km desde que pousou no
interior da Cratera Gale, há quatro anos e meio. Os cientistas americanos esperam
tentar criar uma linha de tempo para as transformações ambientais sofridas pelo
planeta – acredita-se, por exemplo, que a cratera, hoje um imenso deserto
assolado por ventos, já foi um imenso lago que poderia ter abrigado algum tipo
de vida.
NASA.
Texto e imagens reproduzidos do site:
g1.globo.com/ciencia-e-saude
Fotos/Legendas/Créditos:
F/1 - Em outubro do ano passado, o Curiosity encontrou este
meteorito na mesma região de Marte (Foto: Nasa).
F/2 - Close-up do objeto mostra marcas deixadas pelo laser
do Curiosity (Foto: Nasa).
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