Tomando CIÊNCIA
Curiosidades, conhecimentos, questionamentos e explicações
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
domingo, 7 de abril de 2024
O que pensamos nos minutos finais?
Artigo compartilhado do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 6 de abril de 2024
O que pensamos nos minutos finais?
Novo estudo demonstra que após a parada cardíaca e a perda de consciência, o cérebro tem um pico de atividade, principalmente nas áreas associadas à visão e à consciência. Fernando Reinach para o Estadão:
Eu devia ter 14 anos quando descobri que a morte não ocorre instantaneamente, mas é um processo relativamente longo. Foi no dia em que me contaram que as unhas de um cadáver continuam a crescer durante o velório.
Hoje sabemos que isso não é verdade; é o dedo que murcha após a morte e causa essa impressão. Entretanto, depois que o coração para de bater, o corpo fica sem oxigênio e perdemos a consciência, os neurônios cerebrais levam de 3 a 7 minutos para morrer.
Se a pessoa for doador de órgãos, os médicos precisam retirar os órgãos doados para transplante em 30 minutos e implantá-los em até seis horas. Caso isso ocorra, o órgão sobrevive no novo corpo, indicando que continuava vivo. Isso demonstra que a morte é um processo que dura tempos diferentes em diferentes órgãos e que só termina quando a última célula do corpo morre.
A novidade é um estudo que demonstra que após a parada cardíaca e a perda de consciência, o cérebro tem um pico de atividade, principalmente nas áreas associadas à visão e à consciência. E isso pode explicar as experiências lembradas por pessoas que sobrevivem a uma parada cardíaca.
Todos nós já vimos no cinema: a pessoa tem um ataque cardíaco, o coração para, a respiração também. A vítima perde a consciência imediatamente e as pessoas em volta passam a fazer massagem cardíaca apertando ritmicamente o peito do paciente.
Essa manobra mantem um pouco do sangue circulando, e o pulmão oxigenando o sangue. Para tentar reativar o coração, podem ser dados choques e drogas quando ela chega no hospital. No desenrolar do filme, duas coisas podem acontecer.
A primeira é os médicos não conseguirem reativar o coração e, num dado momento, desistirem, desligarem os equipamentos e declararem a pessoa morta. A segunda é que os esforços funcionam, o coração volta a funcionar e a pessoa pode sair lépida do hospital.
Entre as pessoas que se recuperam de uma parada cardíaca, aproximadamente 10% relatam experiências consistentes dos pensamentos que tiveram quando estavam inconscientes. São os chamados pensamentos próximos da morte (near death experiences).
Eles normalmente envolvem visões da pessoa saindo do corpo, e da vida sendo recapitulada rapidamente. Esses relatos são tão consistentes que os cientistas hoje acreditam que eles têm alguma relação com a falta de oxigênio no cérebro.
Esse novo trabalho tenta descobrir o que ocorre no cérebro nos 5 a 10 minutos depois que o fluxo de oxigênio é interrompido. Foram estudadas quatro pessoas em que os esforços de reanimação do coração foram infrutíferos e os médicos decidiram parar a massagem cardíaca, os choques, e desligaram todos os sistemas de suporte.
Mas nesses quatro casos tudo foi desligado, menos o aparelho de eletroencefalograma, que mede a atividade cerebral. Esses pacientes, no momento em que tudo foi desligado, estavam completamente inconscientes e não apresentavam nenhuma resposta neurológica.
O aparelho de eletroencefalograma consiste em uma série de eletrodos fixados no couro cabeludo que medem a atividade elétrica na parte do cérebro logo embaixo do osso da caixa craniana. Em pessoas saudáveis, esses sinais elétricos são diferentes quando nosso cérebro executa diferentes funções, e sua análise permite identificar de maneira grosseira o que está ocorrendo no cérebro.
O que os cientistas observaram é que o cérebro desses pacientes mostrava pouca atividade durante o tempo em que os médicos estavam tentando reanimar o paciente, algo típico do estado de coma.
Mas assim que o fluxo de oxigênio é interrompido, a atividade cerebral aumenta abruptamente e essa atividade dura por até 6 minutos, quando ela cessa completa e definitivamente. Esses seis minutos são a transição entre um cérebro vivo e um cérebro morto.
Analisando o padrão dessa atividade, as áreas ativadas, e as comunicações elétricas entre diversas regiões, os cientistas concluíram que durante esse tempo, em que o cérebro está morrendo, é possível que pensamentos inconscientes e memórias sejam ativadas. Como todos esses pacientes não sobreviveram à parada cardíaca não é possível saber o que eles relatariam se acordassem.
Mas uma consequência dessa descoberta é que talvez essa atividade cerebral que ocorre durante os primeiros minutos da falta total de oxigênio sejam os processos que geram as memórias e pensamentos próximos a morte reportados por parte dos pacientes que sobrevivem a uma parada cardíaca.
O que poderia estar acontecendo é que assim que o fornecimento de oxigênio ao cérebro cessa, essa atividade cerebral intensa gera sensações de saída do corpo e memórias do passado. Quando esses pacientes são reanimados e seus corações voltam a bater novamente, eles saem do coma, acordam, e essas lembranças voltam à consciência. Os cientistas esperam testar essa possibilidade no futuro próximo.
O interessante do estudo é que ele representa uma nova linha de investigação cujo objetivo é estudar e compreender os fenômenos que ocorrem durante o processo da morte. Essa compreensão pode ajudar a entender que processos podem ser revertidos e como revertê-los. Sem dúvida, é uma área da ciência um pouco mórbida e triste, mas que pode ser promissora.
Texto e imagem reproduzidos do blog: otambosi blogspot com
domingo, 26 de novembro de 2023
Quem ensinou isso às formigas?!
Post compartilhado do Facebook/Marko Gabrijel Usainovic
Os cientistas descobriram que as formigas, depois de coletarem os grãos e sementes de que precisam e dos quais se alimentam, escondem-nos no subsolo e quebram-nos em duas metades. Porque se as sementes forem divididas em duas metades, elas não germinam, mesmo que tenham ambiente adequado. Mas o que lhes causou espanto foi o facto de as formigas (apenas) dividirem as sementes de coentro em quatro partes.
Após pesquisas, descobriram que as sementes de coentro podem brotar mesmo se forem cortadas ao meio, mas não germinam se forem cortadas em quatro pedaços...
Então quem ensinou isso às formigas?!
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Marko Gabrijel Usainovic
terça-feira, 21 de novembro de 2023
"O Mundo Assombrado Pelos Demônios", de Carl Sagan
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
Nave indiana > Primeiro pouso no polo sul da Lua
Publicação compartilhada do site G1 GLOBO JN, de 23 de agosto de 2023
Nave indiana faz o primeiro pouso da história no polo sul da Lua
O polo sul da Lua é uma região de crateras cheias de sombras, que contêm água congelada. O gelo poderia fornecer combustível, oxigênio e água potável para futuras missões.
Por Jornal Nacional
Uma nave indiana fez nesta quarta-feira (23) o primeiro pouso da história no polo sul da Lua.
As imagens mostram o lado do satélite natural da Terra que nunca tinha sido explorado até hoje.
A índia, país mais populoso do mundo, vibrou ao fazer história e se tornar o quarto a pousar um foguete na Lua. E o primeiro a fazer isso onde os cientistas acreditam que haja reservas de gelo vitais para futuras explorações.
O módulo Chandrayaan-3 alunissou, o equivalente da Lua para o verbo aterrissar, com sucesso. O primeiro ministro Narendra Modi acompanhou tudo ao vivo da reunião do Brics, na África do Sul.
O polo sul da Lua é uma região de crateras cheias de sombras, que contêm água congelada. O gelo poderia fornecer combustível, oxigênio e água potável para futuras missões. Um veículo robô vai ficar ali duas semanas e para fazer análises da composição mineral da superfície lunar.
O diretor geral da Associação Espacial da Índia, Anil Kumar Bhatt, disse que talvez exista Hélio-3 ali. O átomo raro pode representar uma fonte de energia para reatores nucleares. A corrida pelo desenvolvimento dos recursos naturais da Lua já começou.
Além disso, com os minerais certos, o satélite poderá se tornar uma plataforma de exploração para outro planetas, principalmente Marte.
Texto e imagem reproduzidos do site: g1 globo com/jornal-nacional
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Sonda espacial japonesa captura imagens da Lua
Publicação compartilhada do site do ESTADÃO, de 26 de abril de 2023
Sonda espacial japonesa captura imagens da superfície da Lua...
Por Giovanna Castro
A sonda espacial Hakuto, da empresa japonesa ispace, capturou imagens próximas da superfície da Lua antes de fracassar em sua missão de tentar pousar no satélite natural nesta terça-feira, 25. O pouso seria o primeiro realizado por uma empresa privada na Lua, mas os controladores de voo perderam a comunicação com o equipamento pouco antes da aterrissagem.
Algumas horas depois da perda da comunicação, representantes da empresa fizeram um balanço sobre a missão em uma live no YouTube e mostraram um vídeo capturado pelo equipamento. Algumas fotos feitas ao longo da viagem também já haviam sido divulgadas.
Entenda a missão
A sonda Hakuto, algo como “coelho branco” em japonês, foi lançada ao espaço pela ispace em dezembro de 2022 e tinha sua aterrissagem na Lua agendada para esta terça-feira, 25. Ela tinha como alvo a cratera Atlas na seção nordeste, com mais de 87 quilômetros de diâmetro e pouco mais de 2 quilômetros de profundidade.
O equipamento foi construído com 2,3 metros e carregava um mini rover (veículo de exploração espacial) lunar dos Emirados Árabes Unidos e um robô de brinquedo do Japão projetado para rolar na poeira lunar. Também havia itens de clientes particulares a bordo.
A comunicação com a Terra foi perdida quando o módulo de pouso desceu os últimos 33 pés (cerca de 10 metros), viajando a cerca de 25 km/h. Se tivesse sido bem-sucedida, a ispace teria sido a primeira empresa privada a realizar um pouso lunar.
Até o momento, apenas três governos conseguiram aterrissar na Lua com sucesso: Rússia, Estados Unidos e China. Uma organização sem fins lucrativos israelense tentou pousar na Lua em 2019, mas sua espaçonave foi destruída no impacto. / Com informações da AP
Texto e imagem reproduzidos do site: estadao com br/ciencia
segunda-feira, 6 de março de 2023
Novas descobertas desafiam teorias...
Legenda da foto: Cosmos: galáxias atingiram tamanhos que pareciam improváveis logo após o Big Bang
Publicação compartilhada do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 6de março de 2023
Novas descobertas desafiam teorias sobre origem e formação do universo
Astrônomos encontram seis galáxias gigantescas surgidas logo após o Big Bang e colocam em xeque o que se sabia sobre o tema. Alessandro Giannini para a Veja:
O lançamento do Telescópio Espacial Hubble, em abril de 1990, marcou uma nova era na astronomia. Até aquela época, muitos cientistas acreditavam que as galáxias só começaram a se formar bilhões de anos depois do Big Bang, a explosão que criou toda a matéria e energia do universo e vem se expandindo sem parar. As excitantes descobertas do então novo observatório, contudo, derrubaram a teoria e a substituíram por outra. Segundo a tese, prontamente aceita pela comunidade científica internacional, as galáxias se desenvolveram lentamente e levaram muito tempo para se tornar massivas, como se fossem bebês cósmicos passando por extensos estágios de crescimento.
Há, agora, um movimento extraordinário, que parece ir um tantinho na contramão das ideias com as quais lidamos hoje, e é possível, sim, que tudo tenha sido mais rápido. O Telescópio Espacial James Webb, que estacionou no cosmos em dezembro de 2021 e abriu suas lentes em julho do ano passado, tem entregado segredos. Astrônomos de universidades americanas, australianas e europeias descobriram vários objetos misteriosos escondidos em imagens do supertelescópio da Nasa, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Canadense que desafiam mais uma vez os conhecimentos acumulados. As revelações, publicadas na revista Nature, causaram nova onda de entusiasmo.
Um grupo de astrofísicos e astrofísicas dos Estados Unidos, Dinamarca e Espanha, liderado por Ivo Labbé, professor da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália, examinou um lugar um tanto desinteressante do firmamento, próximo da constelação Ursa Maior — e descobriu por ali seis galáxias gigantescas. Essas enormes coleções de gás, poeira e bilhões de estrelas foram formadas, ao que tudo indica, logo depois da singularidade, como é chamada a explosão primordial. É um passo, portanto, no avesso da teoria cosmológica atual. É surpreendente. “A partir da tese corrente e de observações anteriores com o Hubble, acreditava-se que as galáxias tinham um outro modelo de desenvolvimento ao longo do tempo astronômico”, disse Labbé a VEJA. “Parece haver um canal diferente, uma via veloz, para formar galáxias monstruosas muito rapidamente.”
Labbé e seus colegas examinavam uma área com o tamanho de um selo postal de uma imagem registrada pelo James Webb quando identificaram “pontos difusos” vermelhos de luz que pareciam brilhantes demais para ser verdadeiros. A cor significa que os corpos celestes que provavelmente representavam estão muito longe no tempo e no espaço — objetos mais próximos da Terra têm um tom mais azulado. É como se os pesquisadores estivessem olhando por um gigantesco espelho retrovisor no firmamento, mostrando o que aconteceu em um passado muito, muito longínquo. Depois de alguns cálculos, eles determinaram que as galáxias encontradas têm mais de 12 bilhões de anos, e foram formadas de 500 milhões a 700 milhões de anos após o Big Bang, com estrelas que atingiram tamanhos de até 100 bilhões de vezes a massa do nosso Sol. De acordo com o que se sabe até hoje, porém, não haveria gás suficiente naquele momento, após a primeira de todas as explosões, para formar tantas estrelas assim.
O que vem deixando os pesquisadores cismados é a suposta natureza dessas galáxias. Muito antigas, elas têm uma enorme quantidade de estrelas, mas são trinta vezes menores do que a Via Láctea, endereço da Terra no universo. “Se fossem seres humanos, elas seriam como bebês de 1 ano, muito menores do que o normal e com o peso de uma pessoa adulta”, compara Labbé. “São realmente diferentes, criaturas verdadeiramente bizarras. O universo primitivo é estranho.”
Eis a beleza da astronomia, em busca de nossas origens, numa valsa infinita de conhecimento. Há muito ainda a ser estudado e comprovado. Antes de tudo, informam os especialistas da equipe de Labbé, é preciso colocar as descobertas em uma base mais segura e confiável. O primeiro passo é confirmar as distâncias com a espectroscopia, método em que cientistas colocam a luz de cada uma dessas galáxias em uma espécie de prisma. Isso dirá a distância delas até a Terra com precisão quase cirúrgica e revelará o que está produzindo a luz, se são estrelas ou algo diferente — como buracos negros em colisão, por exemplo. Graças ao James Webb, as revelações sobre o universo são cada vez mais fascinantes.
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Publicado em VEJA de 8 de março de 2023, edição nº 2831
Texto e imagens reproduzidos do blog: otambosi.blogspot.com